terça-feira, 13 de julho de 2010

O Diário de Anne Frank

A jovem Anne, com apenas 13 anos de idade, judia e refugiada dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, agarrou-se a seu diário como a um amigo íntimo: para melhorar a imagem do amigo, há muito tempo esperado em minha imaginação, não quero jogar os fatos neste diário do jeito que a maioria das pessoas faria; quero que o diário seja como uma amiga, e vou chamar esta amiga de Kitty. O diário acompanhou a menina durante dois anos, principalmente em seu refúgio no Anexo Secreto, onde esteve com a família e mais quatro pessoas durante as perseguições aos judeus.


Seus relatos, repletos de confissões sobre seus sentimentos, mostram como Anne enfrentou o período mais difícil de sua vida: a angústia de não ter mais os amigos por perto, o medo que passou, seus constantes desentendimentos com a mãe, as transformações da puberdade, o primeiro amor e os conflitos internos que surgiam a cada dia mostram que as responsabilidades com que teve que arcar com tão pouca idade a tornaram adulta antes da hora. Essa maturidade estampa seus escritos, tão cheios de sonhos e planos para o futuro.

Ao escrever, Anne tinha noção de que seu diário poderia se tornar um importante documento histórico. Gerrit Bolkestein, membro do governo holandês no exílio, anunciou no rádio que após a guerra recolheria depoimentos pessoais de quem testemunhou o terror nazista de perto, para que fossem colocados à disposição do público. Anne reescreveu seu diário e selecionou as melhores partes, o que deu origem a duas versões do diário: uma na íntegra, outra apenas com os trechos selecionados.

A garota só não imaginava que seus registros pessoais seriam conhecidos e aclamados mundialmente após sua morte. Obra-prima de primeira qualidade, O Diário de Anne Frank faz com que o leitor compreenda de perto o terror vivido pelos judeus durante o exílio e se sinta comovido e inconformado com a destruição de tantos sonhos e sede de vida que faziam parte da pequena Anne.

Trecho do livro:

E se não tiver talento para escrever livros ou artigos de jornal, sempre posso escrever para mim mesma. Mas quero conseguir mais do que isso. Não me imagino vivendo como mamãe, a Sra. van Daan e todas as mulheres que fazem o seu trabalho e depois são esquecidas. Preciso ter alguma coisa além de um marido e de filhos a quem me dedicar! Não quero que minha vida tenha sido em vão, como a da maioria das pessoas. Quero ser útil ou trazer alegria a todas as pessoas, mesmo àquelas que jamais conheci.Quero continuar vivendo depois da morte! (...) Mas - e esta é uma grande questão – será que conseguirei escrever alguma coisa grande, será que me tornarei jornalista ou escritora?

Autora: Anne Frank
Tradução de Alves Calado
Edição Integral
Editora Record
315 páginas

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